segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sobre livros e amor

Livros são uma paixão antiga. Tão antiga quanto seriados de TV, antigamente chamados de "enlatados".
Desde muito jovem, devorava páginas e páginas dos livros guardados na imensa estante da casa de meus pais. A casa era enorme e o menor dos quartos recebeu uma estante embutida na parede, recheada de livros. Minhas lembranças mais doces são as tardes que passei no minúsculo quarto, deitada no sofá, banhada pela luz que entrava pela janela, lendo um livro atrás do outro, sem distinção de gênero.
Minha mãe bem que tentou impor restrições a Jorge Amado (que ela adorava) e livros espíritas (presentes ocasionais de amigos) por achar que eu não entenderia o que se passava neles mas foi tudo inútil, nada me escapava dos olhos e das mãos.
Livrarias são minha idéia de tempo bem aproveitado e dinheiro bem gasto.
E sim eu vou me render à tecnologia e comprar um leitor digital, está programado para novembro, mas nunca vou abandonar o prazer de segurar em minhas mãos um livro impresso.
Uma de minhas maiores alegrias com relação às minhas meninas é justamente o fato delas terem herdado esta paixão pela leitura. Compramos nossos livros juntas, lemos as mesmas coisas e discutimos os livros durante o jantar, intercalando com conversas sobre faculdade, namorados, viagens e esmaltes.
Meu marido nos observa e sorri, divertido com tanta empolgação.

É engraçado como algumas mulheres que conheço reclamam dos filhos como se não fossem elas as responsáveis pelo caráter e conduta deles.
Bebês são esponjas, literalmente. Nascem fofinhos macios. E só. Não há nada dentro deles mas eles são capazes de aprender qualquer coisa com uma velocidade espantosa.
E eles serão, quando adultos, um reflexo daquilo que ensinamos a eles.
É claro que eles decidirão seus caminhos mas as escolhas dependerão do que nós, mães e pais permitimos que as esponjas absorvessem.
Eu, como mãe, adotei uma linha muito específica para lidar com as minhas filhas : amor.
Na Carta de São Paulo aos Coríntios, no capítulo 13, ele fala sobre o amor, sobre como o amor é despretencioso e isso me tocou muito forte. Quando li esta passagem específica pela primeira vez, eu tinha 12 anos e nunca me esqueci das palavras de Paulo, tão sábias naquele trecho:
"O amor é sofredor, é bom, não tem inveja, não é leviano, não se envaidece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não deseja o mal. Não se alegra com a injustiça mas sim com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha" ( ICor 13,4-8)
Palavras tão atuais que poucos buscam, poucos acreditam e muito poucos praticam.
Eu recomendo a terapia do amor. Não é fácil praticá-la, ainda mais em um mundo tão desgastante como o nosso mas a recompensa é inestimável.
A palavra grega Ágape significa amor. E também a palavra Eros. E também Fillios. Todas significam amor em grego. Mas são conceitos totalmente diferentes.
Eros é fácil, todo mundo deduz que Eros é o amor entre homens e mulheres, o amor que os gregos chamavam de carnal.
Filios é o amor entre as pessoas, entre amigos, irmãos.
Ágape é o amor que Deus tem por nós.
Estas três definições foram tema de uma aula maravilhosa de teologia onde estudamos o verdadeiro significado da passagem em que Jesus pergunta a Pedro se ele O ama.
Ontem eu vi na Saraiva que o Pe Marcelo Rossi lançou um livro com o título Ágape. Fiquei muito curiosa para ler.

Livros e amor, para mim, são a combinação perfeita.

Um comentário:

Nando disse...

Primeroooooooooooo

....
SilSil

Adorei o textoooo


bjokaz do nanduxo (vc já até esqueceu de mim, buaaaaaaaa)