quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre argentinos e brasileiros (ou porque Maradona é melhor do que Pelé)

Eu adoro a Argentina.
Adoro mesmo, vou para Buenos Aires uma vez por ano há, pelo menos 15 anos.
Conheço os bares que vendem as empanadas mais gostosas, as melhores lojas para se comprar roupas de verdade (nada de couro ou cashemira), as cafeterias com as media lunas mais macias.
E conheço os argentinos mais simpáticos do mundo. Aqueles que, como eu, odeiam futebol e não estão nem aí para Pelé e Maradona. São pessoas que, como eu, visitam outros países para admirar e apreciar as coisas bonitas que os lugares têm. Que não se preocupam com bairrismos ou rixas alimentadas por pessoas que nem mesmo sabem o que estão falando.
Claro que lá também tem argentinos idiotas, xenofóbicos e preconceituosos. Tão parecidos com alguns brasileiros que poderiam ser confundidos uns com os outros. Até a língua é a mesma : ferina, cruel e estúpida. Esses não merecem nenhuma atenção de minha parte.
Buenos Aires é linda com seu ar europeu e, ao mesmo tempo moderno. Com a linha A do metrô com lâmpadas que escurecem e clareiam à medida que o trem se desloca pelo mais antigo túnel da América Latina. Com o Teatro Colon, a Recoleta, o Caminito e o Señor Tango.
[momento tiete ON]
Eu a-mo o Fernando Soler. Quando ele estralava o show, eu assistia todas as vezes que estava em Buenos Aires, todas sem exceção. E comprava o CD porque sempre ele autografava e me dava um beijo. Todos os amigos ganharam CDs dele e eu ganhei uma dúzia de beijos que valeram o preço do ingresso.
[momento tiete OFF]
Os parques são maravilhosos, os shoppings são um convite ao consumo, os doces, especialmente os da Confeitaria Las Violetas, são um desafio ao paladar e as carnes...ah...eu nem mesmo sou tão fã de carnes assim e minha boca se enche de água ao me lembrar dos bifes de chorizo e das papas soufle  que só eles conseguem fazer direito (nem tentem comer papas soufle no Brasil, é uma decepção).
Mas o que adoro mesmo fazer em Buenos Aires é caminhar pelas ruas lotadas de gente apressada, sem pressa, curtindo cada vitrine de loja, apreciando os doces das confeitarias, de mãos dadas com o melhor marido do mundo (o meu, é claro) que é capaz de fazer um passeio à favela parecer uma volta por Paris.
Nossa primeira viagem à dois para o exterior foi Buenos Aires. antes mesmo do Puerto Madero ser revitalizado e se tornar um point de restaurantes e negócios.
Fomos sem pretensão e nos apaixonamos pela cidade, pelo tango, pelas avenidas, pela comida e sim, pelas pessoas que não são excessão, são a regra. Pessoas maravilhosas que nos recebem com carinho e atenção genuínas. Que não se importam se Maradona é ou não melhor do que Pelé, que não sabem e não querem saber o resultado da última copa do mundo.
Pessoas como eu, que sabem que a melhor coisa da vida é simplesmente viver.

Um comentário:

Baydir Gois disse...

Brasileiro sempre se acha melhor do que os outros, mas não tem capacidade de olhar seus próprios problemas sócio-econômicos, encarando com a seriedade que se pede, Sil. Essa é que é a grande verdade. Buenos Aires é maravilhosa sim.

Bjos