domingo, 6 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 6 - As pessoas vão achá-la incompetente

Não importa o que você faça, nem como você está fazendo, nem o que está deixando de fazer, você sempre estará fazendo errado.

Eu nunca me assustei com este tipo de reação das pessoas ao meu redor porque já estava acostumada com as reações da família e dos amigos quando o assunto é criação dos filhos.
Desde criança, eu me lembro de escutar críticas de como fulano ou sicrano criava suas crianças e meus pais tiveram sua cota de cobranças com relação a mim e a meus irmãos.

Por isso, quando as meninas nasceram, eu simplesmente coloquei minha armadura e recebi as toneladas de críticas e comentários desagradáveis estoicamente, não dando a mínima para a torcida.

Mas é preciso muita força de vontade para não mandar meia dúzia de parentes e amigos supostamente bem intencionados, para o meio do inferno ou algo pior.

Porque, no momento em que você se torna mãe, todos ao seu redor se tornam Pós-Graduados em Neonatologia e Cuidados Infantis ao mesmo tempo que você se torna, aos olhos deles, uma semi-analfabeta.

Ninguém consegue chegar para uma visita e simplesmente pegar o bebê no colo, jogá-lo para cima, beijá-lo muito - para desespero dos pais - e depois ir embora desejando mil felicidades e milhões de bênçãos, não, claro que não, visita a recém-nascido não é visita se não vier com uma lista imensa de recomendações e cuidados que você - obviamente - não sabe que tem que ter com seu bebê.

Mas não pensem que tudo é má intenção. Eu também, não me isento de culpa. Já fiz isso com amigas e parentes, mesmo tendo passado pela experiência há 24 anos atrás.
Descobri que esse arroubo de boa vontade das pessoas, aflora sem que tenhamos consciência e quando se percebe, já estamos lá, atropelando a linda e abençoada mamãe com nossa experiência ancestral em cuidados infantis.
E as pessoas realmente acreditam que estão ajudando, dando conselhos e dicas preciosas e olhem só, algumas dicas são mesmo valiosas e cabe a nós, selecionarmos o que pode ser aproveitado e o que deve ser ignorado.

Então, o que nos resta é sorrir e aceitar com paciência esse tsunami de boa vontade que nos leva às raias da loucura mas que, se bem peneirado, pode ser de grande valia em muitos casos.

E acreditem, a gente supera.
E faz igual com os outros.
E tudo termina sempre bem.


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