quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Sobre desejos e tradições

Hoje é Dia de Reis.

Relembrando  um post que já fiz aqui há 3 anos atrás, vou contar a história da tradição deste dia :

Segundo a tradição cristã católica, os Reis Magos levaram presentes para Jesus.

Por este motivo, as crianças da América Latina, de Portugal, da Espanha, da Itália e possivelmente de outros países cujos costumes eu não conheço, ganham seus presentes no dia de hoje e não no dia do Natal como acontece no Brasil e na América do Norte.

E em alguns países como na Espanha e na Itália, é um feriado muito comemorado e muito esperado. Tem festas e desfiles e distribuição de doces.

Para nós brasileiros, é o dia de desmontar a árvore de Natal, guardar os enfeites e comer as famosas 3 sementes de romã que, segundo a tradição, se guardadas na carteira, atrairão dinheiro o ano todo.

E claro, como toda boa tradição, cada um tem a sua, normalmente do jeito que lhe foi ensinado pela vovó, pelas tias ou pela mãe.

Para a Romã, vale tanto comer as sementes e guardá-las embrulhadas na carteira como escrever os nomes dos reis magos em um papel e embrulhar as sementes nele e guardá-lo na carteira.
Em qualquer uma das opções, guarde as sementes na carteira, se o dinheiro vier, será muito bem-vindo.

Aqui em casa eu sigo o que aprendi com a minha vovó querida que já faleceu há muitos anos, que é comer as três sementes, embrulhá-las e guardá-las na carteira o ano todo.

Romã. Também conhecida como Granada ou Pomegranate


Mas hoje eu também fiz um bolo de reis.

A tradição também varia de família para família mas, basicamente, você come e faz 3 desejos para o ano que começa. Em algumas tradições, coloca-se uma medalhinha na massa do bolo e, quem encontrá-la, ficará responsável por fazer o bolo no ano seguinte.
Como aqui em casa quem faz bolo sou eu, podemos pular esta parte.

A receita leva frutas cristalizadas mas aqui em casa, além de mim, ninguém come frutas cristalizadas então, usei as formas pequenas e fiz duas versões do bolo para agradar a todos os paladares.

Bolo de Reis. Ao fundo, o bolo sem frutas. Adoraram!


O meu foi completo, com todas as frutas que tinha direito.

Cortei uma fatia e a comi, fazendo 3 desejos nos 3 primeiros pedaços.

A mirra é uma planta medicinal que também era utilizada para embalsamar os mortos.
No Evangelho de Mateus, ela simboliza o sofrimento pelo qual Jesus iria passar por nós.

Para meu desejo ela simboliza a saúde porque suas propriedades medicinais são inúmeras.

Então, simbolizando a Mirra, eu pedi para este ano, saúde mim e para todos aqueles que amo.

Mirra


O ouro simbolizava a realeza, o poder e, no Evangelho nos revela que Jesus é o Rei dos Reis, merecedor do poder e da glória eternos.

Para meu desejo, o ouro simboliza a prosperidade.

Então simbolizando o Ouro, eu pedi para 2016, muita prosperidade para todos que a necessitam.
Que o pão nunca falte para nenhum de nós. Que todos possam encontrar um lugar ao sol.

Ouro



O incenso é o símbolo da divindade de Jesus porque era usado nos ritos religiosos e os hebreus acreditavam que a fumaça levava mais alto suas orações e essas alcançavam Deus mais depressa.

Para o meu desejo, o Incenso simboliza a fé.

E eu pedi, através da simbologia do Incenso, que todos possam ser fortalecidos na fé e que possamos todos nos tornarmos pessoas melhores a cada dia.


Incenso




E novamente eu afirmo que sei que os pedidos para os Reis Magos devem ser pessoais mas, não tem jeito, não consigo desejar saúde, prosperidade e fé apenas para mim, acho muito egoísmo. Em um mundo onde o egoísmo se instiga cada vez mais na vida das pessoas, prefiro deixar meu coração livre deste sentimento.

Então, mais uma vez, meus desejos deste Dia de Reis, são para todos nós.
Para você que está lendo, para quem não leu até o fim e para quem nem se incomodou em ler, não importa, coisas boas, desejamos para todos porque todos merecem.

Que 2016 seja um ano abençoado para todos nós!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 16 - Olhar para trás é importante.

Este é o último post da série "O que eu aprendi sendo mãe".
Agradeço a quem leu, quem compartilhou e aos poucos que comentaram.
Se eu consegui tocar o coração de pelo menos um de vocês, eu me sentirei realizada!
Que Deus nos abençoe sempre!

Muita gente não gosta de pensar no passado.

Especialmente nos momentos de dor ou de aflição.

Mas para a mãe, olhar para trás é importante.

É quando vemos tudo o que passamos para mantermos nossos bebês saudáveis e em segurança.

É quando percebemos o quanto amadurecemos e aprendemos com os piores momentos de nossas vidas, com as dificuldades, com nossos erros.

Hoje, passados 24 anos do nascimento delas, eu percebo o quanto os problemas, os sustos e as decisões erradas forjaram a mãe que eu fui para elas.

Não perfeita, nunca perfeita, mas a mãe que sempre quis e sempre fez o melhor que podia, que sempre procurou superar as expectativas, surpreender , maravilhar, fazer com que cada momento fosse especial para elas e para a nossa família.

Eu espero que, um dia, elas olhem para trás, percebam todo o amor que eu coloquei em cada gesto, em cada palavra, em cada ato da minha vida e sintam que foram felizes.

Porque a felicidade delas, é tudo o que eu sempre desejei.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 15 - Mãe carrega o coração fora do peito.

Eu aprendi sendo mãe que, quando eles nascem, o coração da gente deixa nosso corpo e passa a viver naquelas criaturinhas lindas que colocam em nossos braços.

A minha vida passou a girar em torno delas.

E tudo o que eu conquistei e realizei nestes 24 anos, foi pensando no futuro e na felicidade das minhas filhas.

Mas eu não precisei me anular, não precisei deixar de lado o marido maravilhoso que me presenteou com estas duas jóias, tão parecidas com ele, não precisei esquecer ou deixar de viver meus sonhos.

Eu vivi minha vida com alegria ao lado delas, vivi com confiança no futuro pelo qual eu estava lutando e vi meus sonhos se realizarem e minhas filhas realizarem seus sonhos e tudo o que eu imaginei que elas seriam, que elas fariam, aconteceu multiplicado por 10!

Meu coração vive fora do meu peito há 24 anos.

Ele bate duas vezes mais do que os outros.

E me dá, duas vezes mais alegrias, todos os dias.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 14 - Preocupação não acaba quando eles crescem.

- Gente, eu vou embora.
- Mas estamos quase indo também, espera um pouco.
- Não, eu vou agora porque a minha mãe não pára de ligar.

Diálogo básico que a minha filha repete aos colegas de trabalho toda vez que ela tem happy hour durante a semana.

Eu tento resistir, juro que tento, mas é mais forte do que eu, quando eu vejo, já chamei o número dela. E, mesmo ela falando que vai demorar ou que já está saindo, eu continuo ligando de 20 em 20 minutos.

Sim, porque quando seu filho falar que já está saindo, não acredite, ele ainda vai demorar 1 ou 2 horas para chegar em casa.
Então, já que é assim, continue ligando.
Não importa se você vai ligar 1 ou 15 vezes, eles ficarão irritados do mesmo jeito então, para sua tranquilidade mental, ligue a cada 20 minutos.

Filhos não entendem mas para nós, mães,escutar a voz deles dizendo irritados : "ALÔ MÃE!!!" é como ouvir um anjo cantando no paraíso.
É um alívio imenso saber que eles estão bem, que estão vivos, mesmo que estejam desejando que seu celular sofra combustão espontânea naquele instante.

É querida mamãe, este seu bebezinho lindo e indefeso, que só vai sobreviver se você cuidar dele e alimentá-lo todos os dias, vai crescer.
E toda a preocupação com cuidados, comida, remédios e vacinas se tornará preocupação com escola, quedas, doenças infantis, lições de casa, amiguinhos, namoradinhos, passeios, festas, baladas, happy hours e uma dezena de outras atividades que a deixarão de cabelos em pé e acordada a noite toda, rezando.

Preocupação nunca acaba, muda de foco mas não acaba.
Você sempre estará preocupada com alguma coisa relacionada ao seu bebê, mesmo que seu bebê já esteja quase com 25 anos e ganhe o suficiente para sustentar a casa sozinho.

E é assim que sempre foi e sempre será.

Um dia, eles farão igual com seus filhos.

E neste dia, eles entenderão.

domingo, 13 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 13 -Como fazê-las comer.

- Coloca Nescau
- Oi? Como assim?
- Nescau, mãe, coloca Nescau no leite delas.
- Mas elas só tem 4 meses...
- ... e não se dão bem com leite em pó e nem o leite de caixinha. Então coloca Nescau, vai por mim. Elas vão adorar!

E elas adoraram.
Aos 4 meses, eu já tinha testado todas as marcas de leite em pó e líquido do mercado e elas continuavam recusando.
Tentamos introduzir as papinhas e nada delas comerem.
Aí o pediatra, senhor de idade, renomado, careiro pra caramba, mandou colocar Nescau no leite.
As minhas tias, minha mãe, minha sogra, vizinhas e amigas, todas com PHd em cuidados infantis, surtaram quando souberam que eu dava leite com achocolatado para as meninas.

Eu nem dei bola. Elas amavam o bendito leite entupido de açúcar e mamavam feito bezerros, eu estava no céu.
Mas elas não comiam. Nada. Nada mesmo. O pratinho de papinha voltava para a cozinha com duas colheradas a menos, uma colherada cada uma e pronto.
Uma fatia de pão com requeijão, meia salsicha, duas bolachas maizena. Esses foram alguns dos almoços delas durante anos.
E leite, claro. Litros e litros de leite com Nescau. E sim, tinha que ser Nescau.
E até hoje, quando elas tomam leite, tem que ser com Nescau.

Foram anos até que elas aprendessem a comer "comida de verdade" e, ainda que esta tal comida não tenha feito falta nenhuma para elas, foi bom vê-las comendo um prato de comida nas refeições, mesmo que fosse com pouca comida.

Hoje elas comem o que querem, uma delas mantém a alimentação totalmente saudável enquanto a outra, bem, a outra come para ser feliz e pronto.

Quando elas eram pequenas, as pessoas se preocupavam e me agrediam, dizendo que eu estava matando as minhas filhas de fome.

Elas estão aí, saudáveis, lindas, felizes com elas mesmas.
Ninguém morreu.
Claro.

sábado, 12 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 12 - Você vai perder seu filho em uma loja e quase infartar de pânico

Foi exatamente um piscar de olhos.

E , de repente, a minha filha havia sumido.

Meu coração disparou e eu olhava para aquela dezena de araras lotadas de roupas e não via nenhum sinal dela, em lugar algum.
Fiquei desesperada e comecei a gritar por ela e, em outro piscar de olhos, ela saiu de uma das araras com aquela expressão "te peguei" no rosto.
O alívio foi tão grande que não me lembrei de dar bronca, apenas a abracei e disse que ela não podia se esconder de mim em lugar algum, que alguém poderia levá-la embora para longe de nós.

Eu não sei se ela entendeu ou não o que eu quis dizer mas eu nunca mais me descuidei delas dentro de lojas, nos shoppings ou em qualquer lugar com muita gente aglomerada.

E praticamente toda mãe tem uma história destas para contar.

Eu tenho a impressão que faz parte do aprendizado de mãe perder seu filho em uma loja uma vez na vida.
E é apenas uma vez mesmo porque o susto é tão grande que a gente fica vacinada e nunca mais tiramos os olhos deles quando entramos em uma loja.

É desagradável demais, é péssimo, é assustador mas parece que só entendemos verdadeiramente a dimensão desta sensação de perda até que ela aconteça.

Portanto mamães, este é um daqueles conselhos que eu afirmo com certeza que devemos ouvir e guardar para sempre : nunca, nunca, em hipótese nenhuma, tire os olhos de seus filhos ou os deixe se afastarem de você em lugares com muita gente.

Eu aprendi da pior maneira e desejo, de todo o coração que nenhuma mãe tenha que passar por isso.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 11 - Segurar no colo é bom demais

A primeira coisa que me disseram quando minhas filhas nasceram foi que eu não deveria segurá-las no colo para que não ficassem mal acostumadas.

E foi e primeira de muitas coisas que me disseram que eu ignorei solenemente.

Porque segurar as minhas filhas no colo era a maior alegria que eu tinha quando elas eram pequenas.

Amamentar, dar mamadeira, fazer dormir, tudo era no colo.

Aos seis meses, elas dormiam ao som de Guns'n Roses enquanto eu dançava pela sala embalando-as nos braços. Uma de cada vez, claro.

Minha coluna e meu nervo ciático sofreram com isso mas eu não me arrependo de nenhum segundo que passamos abraçadas, aninhadas uma à outra.

Até pouco tempo, elas ainda costumavam sentar-se no meu colo, por alguns segundos apenas porque elas são maiores do que eu.
Nessas horas, batia uma saudade doída de quando eu podia protegê-las de tudo e de todos com o meu corpo.
E ainda hoje essa saudade vem, de tempos em tempos, acompanhada da vontade imensa de abraçá-las e não soltar mais.
Mas meu colo fica vazio.

Por isso, mamães, não deixem que o cansaço, o nervosismo, a impaciência ou os conselhos sábios de médicos e psicólogos as privem deste prazer.
Segurem seus bebês no colo o tempo todo.
Que eles fiquem mimados, chatos e enjoados.
Vai passar.
Eles vão crescer.

E você vai sentir muita falta, muita falta mesmo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 10 - Você nunca mais vai dormir direito, nunca mesmo.

Depois que nos tornamos mãe, podemos dar adeus às longas e gostosas noites de sono ininterrupto.

Simples assim, você não vai mais conseguir dormir direito, nunca mais.

No começo, porque bebês tem os horários mais doidos do mundo; e gêmeas tem os horários mais malucos do universo. Então dizemos adeus às noites de sono e aproveitamos aquelas sonecas da tarde que os bebês tiram para dormirmos um pouquinho, juntando forças para os horários em que eles estão acordados.

Com as meninas foi assim, noites e noites sem dormir, amamentando, trocando, ninando, cuidando de cólicas e choros sem explicação.

E, mesmo quando nossos bebês conseguem entrar em um ritmo de sono mais constante, mais tranquilo, nunca mais nos recuperamos destes primeiros tempos e nosso "sentido de aranha" fica em alerta todos os segundos, do dia e da noite.

E assim vamos, por toda a vida, dormindo com um olho fechado e outro aberto, pensando nos horrores que acontecem em um quarto de criança quando fechamos os olhos para dormir e pulando da cama ao menor ruído ou gemido vindo do outro cômodo da casa.

E quando finalmente elas crescem nós, ingênuas mamães, acreditamos que poderemos voltar a ter noites tranquilas e serenas, o pesadelo apenas aumenta de tamanho.
E começamos nossas maratonas de noites em claro, esperando a porta da sala abrir para podermos nos certificar de que elas estão voltando inteiras e ilesas para casa.

E então percebemos que, dormir é um privilégio que mãe perde no momento em que o primeiro choro de seu bebê chega aos seus ouvidos.

Mas eu não trocaria as minhas noites em claro, cuidando e me preocupando com elas, nem pelo mais gostoso dos sonos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 9 - Você nunca teve tantos motivos para sorrir

Eu sempre fui sorridente.

Adoro sorrir, transmitir alegria para todos ao meu redor.

E sou daquelas que ri de bobeira, que ri de tudo, até do que não tem graça.

Mas, depois que me tornei mãe, eu descobri que existem mais uma centena de motivos para sorrir.

A todo instante,minhas filhas me faziam sorrir, até mesmo quando eu estava exausta de tanto amamentar e trocar bebês.

Mãe sorri de todas as gracinhas, de todos os murmúrios, de todas as artes (mesmo que tenha que dar bronca depois).

Tudo o que minhas filhas faziam eram motivo para meus sorrisos; e até hoje, eu acordo todas as manhãs e sorrio feliz por saber que elas estão bem.

Mesmo depois de adultas, continuo achando tudo o que elas fazem lindo e mesmo que as deixe constrangidas, continuo sorrindo pelos motivos mais banais.

Pois, a mágica mais linda que nossos filhos fazem em nossas vidas é justamente nos dar os mais simples e básicos motivos para sorrir.

E então, descobrimos que ao nascerem, eles nos presenteiam com o melhor que a vida poderia nos dar : alegria sem medidas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 8 - Você vai chorar muito

Mãe chora muito. Muito mesmo.

De alegria,de tristeza,de desespero, de raiva e de alívio.

Eu chorei na sala de parto.
Foi um momento mágico e lindo, independente de eu estar em uma sala cirúrgica, cercada de gente mascarada e com a barriga aberta e sangrando, eu chorei de alegria quando colocaram minhas filhas nos meus braços.

Eu chorei na sala de estar da casa da minha sogra.
Eu chorei de tristeza quando meu sogro não teve mais forças para segurar a neta em seus braços porque o câncer já estava afetando sua coordenação motora.

Eu chorei ajoelhada ao lado da minha cama.
Eu chorei de desespero ao ver minhas filhas praticamente inconscientes, com o olhar vazio, deitadas na minha cama, vitimadas pela desidratação.

Eu chorei abraçada à minha filha.
Eu chorei de alívio, quando elas acordaram, recuperadas da desidratação e sorriram para mim.

A alegria traz o sorriso, a paz, o amor para nossas vidas, por isso, eu me lembro com carinho os momentos em que chorei de alegria.

A tristeza traz a solidariedade, o consolo, o carinho, o abraço e por isso, os choros de tristeza devem ser lembrados também.

A lembrança das lágrimas de desespero trazem consigo a lição, o aprendizado e eu nunca mais me permiti que este choro me dominasse novamente.

O alívio, limpa a alma, acalma o coração e traz calma e paz. Eu me lembro do choro de alívio como uma vitória para nossa luta.

Eu já chorei de raiva muitas vezes.
Mas apaguei as lembranças.
A raiva não traz lições, não traz nada de bom para se guardar e levar para o futuro.
Com a raiva, vem o rancor que devora o coração e tira nossa alegria de viver.
Eu não aprendi a não chorar de raiva.
Mas aprendi que, depois que o choro termina, a raiva vai embora com ele.
E também todas as memórias do que o provocou.

E hoje, eu continuo chorando.
Muito.
De alegria, de tristeza, de alívio e também de felicidade.
E só.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 7 - Você vai ser achar incompentente

Não teve jeito.

Mesmo blindada contra os comentários e opiniões a respeito da minha capacidade de ser mãe, nestes 24 anos de vida das minhas filhas, houve momentos em que eu me senti a mais incompetente das criaturas.

Foram poucos momentos (felizmente) mas foram dolorosos pois eu sabia que minhas filhas contavam comigo e eu sentia que estava falhando com elas.

Mas eu descobri, aos poucos, lidando com este sentimento de incompetência, de incapacidade, que eu podeira e deveria superar porque elas eram mais importantes do que qualquer coisa e eu precisava estar bem, para elas ficarem bem.

Foi um aprendizado precioso, porque hoje eu sei que ninguém consegue ser perfeito e que as dúvidas e incertezas nos fazem refletir e mudar nossas atitudes e pensamentos, na maioria das vezes para melhor.

E a lição mais importante que eu tirei destes pensamentos de incompetência, foi que eu nunca fui incompetente de verdade.
Porque a mãe,sempre coloca seu coração em tudo o que faz.
Aos olhos críticos de um adulto, nem sempre isto é o melhor.

Mas aos olhos de nossas crianças, nós somos simplesmente perfeitas!

domingo, 6 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 6 - As pessoas vão achá-la incompetente

Não importa o que você faça, nem como você está fazendo, nem o que está deixando de fazer, você sempre estará fazendo errado.

Eu nunca me assustei com este tipo de reação das pessoas ao meu redor porque já estava acostumada com as reações da família e dos amigos quando o assunto é criação dos filhos.
Desde criança, eu me lembro de escutar críticas de como fulano ou sicrano criava suas crianças e meus pais tiveram sua cota de cobranças com relação a mim e a meus irmãos.

Por isso, quando as meninas nasceram, eu simplesmente coloquei minha armadura e recebi as toneladas de críticas e comentários desagradáveis estoicamente, não dando a mínima para a torcida.

Mas é preciso muita força de vontade para não mandar meia dúzia de parentes e amigos supostamente bem intencionados, para o meio do inferno ou algo pior.

Porque, no momento em que você se torna mãe, todos ao seu redor se tornam Pós-Graduados em Neonatologia e Cuidados Infantis ao mesmo tempo que você se torna, aos olhos deles, uma semi-analfabeta.

Ninguém consegue chegar para uma visita e simplesmente pegar o bebê no colo, jogá-lo para cima, beijá-lo muito - para desespero dos pais - e depois ir embora desejando mil felicidades e milhões de bênçãos, não, claro que não, visita a recém-nascido não é visita se não vier com uma lista imensa de recomendações e cuidados que você - obviamente - não sabe que tem que ter com seu bebê.

Mas não pensem que tudo é má intenção. Eu também, não me isento de culpa. Já fiz isso com amigas e parentes, mesmo tendo passado pela experiência há 24 anos atrás.
Descobri que esse arroubo de boa vontade das pessoas, aflora sem que tenhamos consciência e quando se percebe, já estamos lá, atropelando a linda e abençoada mamãe com nossa experiência ancestral em cuidados infantis.
E as pessoas realmente acreditam que estão ajudando, dando conselhos e dicas preciosas e olhem só, algumas dicas são mesmo valiosas e cabe a nós, selecionarmos o que pode ser aproveitado e o que deve ser ignorado.

Então, o que nos resta é sorrir e aceitar com paciência esse tsunami de boa vontade que nos leva às raias da loucura mas que, se bem peneirado, pode ser de grande valia em muitos casos.

E acreditem, a gente supera.
E faz igual com os outros.
E tudo termina sempre bem.


sábado, 5 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 5 - Você nunca rezou tanto na sua vida

Eu sempre fui uma pessoa religiosa.
Daquelas de frequentar a missa toda semana, participar do grupo de jovens e, mais tarde, da pastoral da família, ministrando cursos de noivos e de batismo.
E eu sempre tive o hábito de agradecer muito em minhas orações e pouco pedir. Porque eu sempre acreditei que as bençãos virão no seu tempo e que devemos agradecer pelas que já recebemos.
Isso é algo meu, cada um tem seu jeito e seus hábitos na hora de rezar e eu respeito todos,sem distinção.

Mas, justamente por ter pouco costume de pedir algo a Deus, eu me vi em um apuro grande depois que as meninas nasceram.
Claro que a primeira oração que fiz foi de agradecimento pela vinda delas.
E é óbvio que durante a gravidez eu pedi a Deus que nos protegesse.
Mas eu me surpreendi com a intensidade da minha oração de súplica todas as vezes que eu olhava para aquelas criaturinhas indefesas que tinham sido colocadas sob a minha proteção.
Como protegê-las se eu não tinha poderes para amenizar uma simples cólica ou uma catapora ou um dedo esmagado na porta ou ma cabeça rachada em uma quina?
O que me restava era a oração. Rezar e pedir pela proteção das meninas.
E eu nunca rezei tanto na minha vida, nunca pedi tanto. Não, na verdade, nunca exigi tanto de Deus e dos anjos da guarda das meninas.

Se você é mãe, vai entender o que eu passei porque você provavelmente passa por isso.
E não pensem vocês que as coisas melhoram quando nossos bebês crescem.
Minhas exigências com Deus e Seus Anjos foram aumentando cada vez mais à medida que elas passaram a ir à pé para a escola, arrumaram namorados, ganharam seus carros, foram para a faculdade,para festas, baladas e viagens com as amigas.

Porque somos apenas mães, apenas humanas e não podemos estar o tempo todo protegendo nossas crias com nossos corpos como gostaríamos de fazer.
Não podemos protegê-los também das decepções, das traições, dos falsos amigos, dos maus tratos e de suas tristezas e angústias.
Podemos aconselhar, abraçar, chorar e sorrir com eles.
E rezar, sempre.
Você nunca rezou tanto em sua vida como rezará depois que se tornar mãe.
E não importa a idade de seus filhos, você sempre continuará pedindo por eles.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 4 - Amamentar ou ser condenada à fogueira

Lá vamos nós de novo. Este post não pretende levantar bandeiras, estou contando minhas experiências com as minhas filhas gêmeas - que hoje estão com 24 anos - e não tentando doutrinar ninguém a fazer ou não fazer alguma coisa.
Não enxerguem chifres em cabeça de égua porque, infelizmente, unicórnios não existem.

E lá estava eu, mãe de primeira viagem com duas menininhas miúdas, chorando de fome e esperando que a "mamadeira ambulante" as alimentasse.

E eu tinha leite, muito leite, ô coisa boa!

Seria bom se eu tivesse apenas um bebê porque, apesar de termos dois seios, o leite que eles produzem, mesmo que seja em grande quantidade, é destinado a alimentar apenas uma criança por vez ou seja, eu não tinha leite suficiente para as duas.

Mesmo assim, consegui entrar em um acordo pacífico com as duas e com meu marido, que morria de medo de segurar um recém-nascido. Para isso, tínhamos uma rotina bem definida : eu amamentava a primeira que estivesse acordada ou a primeira que chorava. Depois, a entregava para o pai, já sentadinho no chão e segurando a mamadeira. E, enquanto ele a alimentava, eu amamentava a segunda. Depois, entregava o bebê para ele, pegava a que havia mamado e trocava a fralda para colocá-la no berço. Neste meio tempo, ele terminava de dar a mamadeira e eu pegava a segunda para trocar e colocar no berço. Depois disso, tínhamos aproximadamente meia hora a 40 minutos para descansarmos antes de ser a hora de dar novamente o peito para elas.

E, há 24 anos atrás, não existia "livre demanda", bebês tinham que mamar de 3 em 3 horas, sem choro nem vela. Era ordem do pediatra, da mãe, da vó, da vizinha que tinha 8 filhos e sempre foi assim e pronto.
Mas as meninas tinham seus horários e nós, eu e meu marido, não tínhamos coragem de deixá-las chorando de fome, mesmo que isso significasse não dormir a noite toda porque sempre tinha uma ou duas mamadas durante a madrugada e com todo o ritual que tínhamos que fazer para as duas, não sobrava tempo para dormir. Já praticávamos a livre demanda muito antes dos pediatras descobrirem que quando eles tem fome, os bebês devem ser alimentados.

Esta festa no apê durou somente um mês e meio - para nós, interminável -  pois, como elas mamavam na mamadeira além do peito, começaram a preferir o leitinho em pó horroroso ao leitinho materno horroroso - porque pode ser lindo, pode ser saudável mas não deixa de ter um gosto horrível - e meu leite foi secando, secando, até que um dia, não tinha mais nada para elas mamarem e passamos ao maravilhoso mundo das toneladas de latas de leite em pó e dezenas de mamadeiras espalhadas pela casa.

Porque com gêmeas, tudo é dobrado sim.
Alegrias e bênçãos em dobro mas também, mamadeiras e fraldas, e chupetas e latas de leite.

E sim, meu leite secou naturalmente, sem stress, sem ser forçado e eu nunca me senti culpada por causa disso. Elas eram miúdas, pequenas para a idade delas mas eram saudáveis e eu descobri que comer pouco, tomar mamadeira ao invés do peito não determinavam uma criança doente, assim como mamar no peito da mãe até os 4 anos nunca foi garantia de uma criança saudável.

Fui julgada, criticada mas nunca, em nenhum momento senti culpa por meu leite ter secado.
Eu encarava tudo com naturalidade, como parte do processo de crescimento delas.
Nem mesmo tendo que escutar que eu era uma "péssima mãe" por não ter dado o peito até os 9 meses, que era o padrão daquele tempo.

Aos 24 anos, minhas filhas estão aí para provar que para ser mãe de verdade, você não precisa  sair na rua mostrando seu bebê agarrado ao seu peito, não precisa se justificar para ninguém o porque de não dar o peito, não precisa se sentir culpada se, por qualquer motivo você não puder amamentar seu filho pelo tempo que outras pessoas acham correto.

Eu aprendi sendo mãe de gêmeas, que o amor pode estar também em um recipiente de plástico aquecido no microondas.

E minhas filhas não me amam menos por causa disso.

O que os outros pensam, nunca me importou.



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 3 - Passeio ao Shopping ou ao inferno?

Lembrando aos leitores que os comentários serão moderados, como sempre e me dou o direito de decidir o que será publicado porque afinal, o blog ainda é meu.
Agradeço se você ler e deixar seu comentário, independente dele ser ou não publicado.
E se você, que é mãe - de primeira viagem ou de muitas - puder aproveitar uma linha que seja das minhas palavras, ficarei muito feliz.

Nos dias de hoje, você chega a um shopping center e encontra logo de cara lindos carrinhos de bebê que podem ser alugados ou emprestados, banheiros com trocadores, brinquedos eletrônicos para as crianças pequenas, fraldários com cadeiras para amamentação e microondas para esquentar papinhas. Há poucos dias, vi um quiosque de venda de papinhas prontas lotado de mamães comprando para seus filhos.

Isso nos dias de hoje.

Há 24 anos atrás, ir ao shopping, com duas crianças de 4 meses era o equivalente a um passeio pelo inferno.
para uma voltinha de meia hora, levávamos dois carrinhos - não , eu não tinha o tal carrinho de gêmeos porque não cabia no porta malas do carro - e uma maleta gigante com fraldas, mamadeiras, água, suco, pomada, quatro trocas de roupas, paninho de boca, dois brinquedinhos, oito chupetas e uma escova de cabelo.

Como pai de primeira viagem, meu marido entrava em desespero se algum imprevisto aparecia e para ele, imprevisto, era uma troca de fraldas que tinha que ser feita no meio do corredor do shopping ou na bancada da pia do banheiro de mulheres.

Foram alguns meses de muito desespero não poder sair com as crianças sem levar metade da casa junto e sem ter que voltar correndo porque as trocas de roupa acabaram.

Mas, eventualmente, nos acostumamos com o desconforto e nos adaptamos aos jeito e às necessidades das meninas de tal maneira que se tornou rotina sair de casa com o porta malas abastecido para uma guerra nuclear.

Amigos e parentes se assustavam ao ver nosso arsenal de guerra mas, carregar tudo aquilo conosco, nos dava uma tranquilidade imensa e tornava nossos passeios bem mais agradáveis.

Na verdade, não existe uma fórmula mágica que nos ensine os truques e macetes para um passeio ao shopping com nossas crianças, cada mamãe precisa encontrar seu ponto de equilíbrio, sua zona de conforto para impedir que este simples passeio se torne uma voltinha pelo inferno.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 2 - Ossos quebram mas consertam

Lembrando aos leitores que os comentários serão moderados, como sempre e me dou o direito de decidir o que será publicado porque afinal, o blog ainda é meu.
Agradeço se você ler e deixar seu comentário, independente dele ser ou não publicado.
E se você, que é mãe - de primeira viagem ou de muitas - puder aproveitar uma linha que seja das minhas palavras, ficarei muito feliz.

É uma sensação horrível ver sua criança machucada.
E acontece em uma fração de segundos, uma piscada de olho e pronto, o dedinho da mão é esmagado na dobradiça da porta, a perna se quebra com o empurrão de outra criança, a testa encontra a quina do degrau depois de um tropeção.
E começa o desespero, a sensação de que sua filha nunca mais ficará boa e a culpa por não ter sido mais cuidadosa, mais atenciosa.
Foram tantas visitas ao ortopedista que perdemos a conta.
Mas eu descobri que podemos fixar ossos quebrados. E que podemos mostrar para elas que estamos lá para cuidar e amar e ajudar na cura.
E que elas não sofrem tanto quanto nós porque para elas, um osso quebrado é, na verdade um aprendizado.
Sim, as quedas, os ossos quebrados, ensinam a elas muito mais do que poderíamos ensinar apenas com palavras.
Elas aprendem que cair dói muito, que a cura, exige cuidados, exige remédios amargos mas que ela sempre vem. e, com a cura, vem também a lição, o aprendizado e a certeza de que, se os frágeis ossos do corpo de uma criança podem ser consertados, tudo na vida também pode ser.
E eu, bem, eu aprendi a lidar com a culpa, ou melhor, com a falta dela porque eu nunca me culpei nem culpei ninguém pelos acidentes que elas sofreram na infância.
Eu sempre considerei os acidentes como um teste para a minha capacidade de me perdoar por não ser perfeita, por não ser infalível.
Eu sempre soube que eu não poderia ser a mãe perfeita para elas mas que eu faria de tudo para ser a melhor mãe que elas poderiam ter.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O que eu aprendi sendo mãe - Dia 1 - A gente nasce sendo mãe

Antes de iniciar este mês de postagens, gostaria de deixar claro que não pretendo abrir nenhum debate sobre feminismo, machismo ou qualquer outro ismo que existe.
Portanto, os comentários serão moderados, como sempre e me dou o direito de decidir o que será publicado porque afinal, o blog ainda é meu.
Agradeço se você ler e deixar seu comentário, independente dele ser ou não publicado.
E se você, que é mãe - de primeira viagem ou de muitas - puder aproveitar uma linha que seja das minhas palavras, ficarei muito feliz.

Eu acredito que a maternidade vem inserida no código genético da mulher.
A gente nasce sendo mãe, só não sabe disso, até o momento em que um bebê é colocado em seus braços.
Eu fui mãe aos 12 anos.
Minha irmãzinha chegou e, quando a segurei no colo pela primeira vez, descobri o sentido da expressão "amor à primeira vista".
Não há sentimento mais completo do que o desejo de proteger e amar aquela criaturinha que só sabe chorar, mamar, dormir e sujar toneladas de fraldas.
Com a minha irmã, passei por todas as etapas de ser mãe ao lado de nossa mãe e tive todas as maravilhosas experiências de ser irmã mais velha, confidente, conselheira e melhor amiga. Foi a melhor experiência de minha vida e me preparou mais ainda para ser mãe das duas mulheres mais espetaculares do mundo.

E é sobre elas, minhas filhas e minha experiência com a criação delas, que eu vou falar nesta série de posts que serão publicados em dezembro.

Samanta chegou ao mundo no dia 20 de fevereiro de 1991 às 4h12m da madrugada.
Bruna veio logo atrás, às 4h14m.
Saudáveis e perfeitas, elas chegaram e viraram meu mundo de cabeça para baixo.
Se um bebê dá trabalho, imaginem dois, com horários diferentes, com hábitos diferentes. Sim, vamos acabar com o mito de que gêmeos fazem tudo do mesmo jeito, as meninas sempre tiveram personalidades bem definidas.
E elas deram trabalho, muito trabalho. Não dormiam e não se alimentavam direito e ,de repente, toda a família era expert em cuidar de bebês e queria me dar conselhos e dicas de como criar minhas filhas.
Mas, como eu disse, ser mãe está no DNA da gente e, mesmo que algumas dicas e conselhos tenham sido úteis, eu sempre soube que elas eram minha responsabilidade e, instintivamente, sempre soube o que fazer, mesmo quando tudo parecia ter virado do avesso.
Foram anos de sustos e alegrias, de sorrisos e lágrimas,de momentos desespero e de orgulho, de medo e de coragem.
Mas passou.
Hoje, tenho duas mulheres lindas, poderosas e incrivelmente carinhosas em casa.
E eu sei que os conselhos, as ajudas, os livros, as dicas dos pediatras foram muito importantes mas eu tenho certeza de que o maior mérito da criação delas estava no meu DNA de mãe.
Porque tem coisas que só mãe sabe fazer, que só mãe sabe falar, que só mãe sabe sentir.
E não existe explicação lógica para um amor que não cabe dentro de você.



quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Hoje é seu aniversário!

Hoje é seu aniversário!

Mais um ano que se inicia em sua vida!

E mais um ano que tenho o privilégio de tê-la como minha cunhada.

Antes de desejar-lhe um feliz aniversário, eu gostaria de lhe agradecer.

Agradecer por fazer parte de minha vida.

Agradecer por me dar duas jóias preciosas, que eu amo incondicionalmente.

Agradecer por estar sempre ao lado dele, nos momentos mais difíceis e por ser um pilar de força e coragem em seu lar.

Agradecer por saber sorrir, mesmo quando seu desejo é chorar.

Agradecer pelo carinho, pelo amor e pela amizade que temos uma pela outra.

E desejar-lhe muita luz, muita paz, muito amor e muitas bênçãos em sua vida.

Que Deus a recompense em dobro pela sua força, sua coragem e sua determinação em ser feliz e em fazer feliz aqueles que a rodeiam.

Que neste dia e em todos os seus dias, seus caminhos sejam iluminados e abençoados.

Feliz Aniversário!

Poesia

Eu sempre admirei sua capacidade de transformar palavras em poesia pura.

Eu até ganhei um poema só para mim!

E eu gostaria muito de ser poeta como você para transformar meus votos de feliz aniversário em uma poesia linda para você.

Mas eu não sei fazer isso.

Eu sei escrever mas não sei Escrever.

Por isso, hoje, no dia do seu aniversário, eu desejo apenas que as minha palavras desajeitadas cheguem até você repletas do meu carinho, da minha admiração e do meu amor.

Que seus dias sejam abençoados e prósperos.

Que seus sonhos se realizem plenamente.

Que sua família seja sempre sua fortaleza.

E que você continue a nos presentear com o seu dom de transformar simples palavras nas mais lindas poesias.

Feliz Aniversário meu poeta!


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Um livro por dia - #30 - A Palavra


Durante 30 dias, coloquei aqui um pouco dos meus sentimentos, sensações, pensamentos.

Lamento se boas lembranças, pensamentos felizes e momentos agradáveis não são algo legal para se compartilhar.

Mas eu sei que alguns poucos amigos e leitores gostaram muito de acompanhar essa pequena aventura que me designei e confesso, não foi fácil escolher dentre tantas lembranças e tantos sentimentos, aqueles que mais me marcaram.

Por isso, eu gostaria de encerrar estes 30 posts com o livro que me apresentou o homem que me fez o que sou hoje : A Bíblia Sagrada.

Eu não me lembro como a Palavra de Deus chegou às minhas mão pela primeira vez e tampouco me lembro quem a apresentou a mim.

Algumas vezes, eu tenho a sensação de que Ela sempre esteve comigo, de alguma maneira me guiando, guiando meus pensamentos e atos, minha idéias e conceitos.

E eu só sei que é, para mim, o livro mais lindo que eu poderia ter em minhas mãos.

Eu já o li da maneira "errada", da primeira à última página e já o li da maneira "correta" , com a orientação de um teólogo.

Mas aprendi com os anos que, a melhor maneira de se ler A Palavra é seguindo o coração, é sentindo dentro de mim, o que eu preciso ler naquele momento e procurar pelas palavras mais antigas e mais lindas que eu conheço.

As histórias contadas, as verdadeiras, historicamente comprovadas e as lendas, antropologicamente reconhecidas como tais, são tocantes, são emocionantes e para mim, são simplesmente maravilhosas.

E a Boa Nova, sempre foi para mim, um roteiro de fé e de esperança e sempre me mostrou um caminho que, apesar de não ser fácil de ser percorrido, sempre foi repleto de alegrias e de bênçãos.

A Bíblia Sagrada tem minhas histórias favoritas nela, tem lições para a minha vida, tem palavras de esperança, de amor e de fé e, acima de tudo, tem Jesus de Nazaré, o homem que foi meu exemplo de vida desde o primeiro momento que passou a fazer parte de minha existência.

E isso aconteceu bem antes que eu aprendesse a ler.

Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. 
João 20:29



Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

domingo, 30 de junho de 2013

Um livro por dia - #29 - A Máquina do Tempo


A Máquina do Tempo - H.G.Wells






Um livro de ficção lançado em 1895 e ainda assim, é muito atual, especialmente no que diz respeito às duas raças que o Viajante do Tempo encontra no futuro.

Foi um livro que li com interesse após assistir a um filme baseado nesta obra.

E confesso que, apesar do filme ser muito interessante - não o filme de 2002, muito diferente da obra de Wells e sim o filme de 1960 - o livro é ainda melhor pois passa para o leitor uma reflexão mais profunda com relação ao que se esperar da humanidade na questão evolução humana.

O Viajante do Tempo, foi um personagem que me agradou mas quem me conquistou de verdade neste livro foi Weena, inocente e pura, que presenteia o viajante com flores, as mesmas que ele usa para tentar convencer seus amigos de sua incrível viagem.

Weena para mim foi um símbolo - não sei se foi essa a intenção do autor - de que, apesar de tudo, a humanidade tem salvação.

E tenho comigo, para meu conforto, duas estranhas flores brancas - agora murchas, castanhas, espalmadas e estaladiças - testemunho de que, mesmo depois de a mente e a força se irem, a gratidão e uma ternura mútuas habitavam ainda no coração do homem.



Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um livro por dia - #28 - Um Certo Capitão Rodrigo


Um Certo Capitão Rodrigo - Érico Veríssimo


Este foi o primeiro livro de Érico Veríssimo que eu li.

E, aos 13 anos apaixonei-me completamente pelo Capitão Rodrigo Cambará.

Toda a história me encantou, as cenas, o jeito de "contar causos"do autor, a história, o folclore e os costumes do Rio Grande do Sul, e claro, Rodrigo Cambará.

Eu li e reli o livro e depois li novamente quando descobri que era um excerto de uma obra muito maior que eu também estava lendo : O Tempo e o Vento - O Continente.

Foi quando descobri também Ana Terra e por ela, também me apaixonei.

E quando fomos, eu e meu irmão, junto com meu pai, fazer uma entrevista no Colégio Palmares, a diretora, Zilda, nos crivou de perguntas sobre aonde tínhamos estudado antes e estava nos explicando sobre o teste que faríamos para saber se poderíamos estudar em seu colégio quando, após uma pergunta sobre o que eu fiz nas férias, ela se mostrou curiosa quando minha resposta foi "eu li" e, após dizer a ela qual autor eu havia lido no último mês, a caneta se soltou de sua mão e ela parou de fazer anotações para se concentrar apenas em mim.

Olhou-me fixamente e repetiu a pergunta :

- Leu quem?

- Érico Veríssimo.

- E o que você leu dele neste mês?

- Um Certo Capitão Rodrigo, Clarissa, Olhai os Lírios do Campo, Ana Terra ...

Eu nunca vou me esquecer dos olhos escuros brilhando de alegria e da empolgação com que ela começou a conversar comigo sobre os livros que ela também amava.

Nem eu nem meu irmão nunca soubemos como era o teste para ingressar no Palmares, minha paixão pela leitura e meu acervo de livros já lidos, especialmente Um Certo Capitão Rodrigo, foram mais do que suficientes para nos garantir as vagas na escola.

Nunca meu amor pelas páginas escritas foi tão bem aproveitado.



Apeou na frente da venda de Nicolau, amarrou o alazão no tronco dum cinamomo, entrou arrastando as esporas, batendo na coxa direita com o rebenque, e foi logo gritando, assim com ar de velho conhecido:
– Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!

Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um livro por dia - #27 - Harry Potter e a Pedra Filosofal


Harry Potter e a Pedra Filosofal - J.K.Howling




Um bom livro para suas crianças, foi o que me disseram quando me recomendaram este livro como leitura para as minhas filhas, na época com 11 ou 12 anos.

Eu tinha o costume de ler, escutar ou assistir tudo o que elas liam, escutavam ou assistiam quando crianças, um cuidado que acabou me apresentando alguns ótimos animes, mangás, músicas e livros.

Com Harry Potter e a Pedra Filosofal foi amor à primeira vista. Eu não tinha ideia do projeto da autora de escrever sete livros, um para cada ano de Harry na escola e o livro me encantou desde o início, tanto que o terminei em apenas um dia e logo o entreguei às minhas filhas, que se revezaram na leitura.

Foi a partir deste livro, que a Bruna passou a ler compulsivamente, não apenas as aventuras de Harry Potter - a cada livro lançado, passávamos as três, vários dias brigando pela posse dele por algumas horas - mas pela leitura em geral, o que me deixou imensamente feliz. Para uma traça de livros como eu, ter uma filha que lia apenas por obrigação os livros da escola era muito doloroso e eu não já não sabia mais como conquistá-la, como fazê-la entender o quanto a leitura por prazer podia ser boa. Harry Potter conseguiu isso.

Algumas pessoas dizem que a autora simplesmente adaptou  lendas e folclore de vários povos e misturou tudo em seu próprio universo e é claro, ao menos para mim, que ela fez isso mesmo.

Mas, em minha opinião, a história foi muito bem elaborada e, apesar dos últimos livros darem a impressão de que o lado comercial superou as boas intenções literárias, eu ainda acho as aventuras de Harry Potter e seu mundo mágico, encantadoras. Crianças descobrindo o mundo e, no caso de Harry, descobrindo um mundo mágico do qual ele faz parte, descobrindo que existem neste mundo, coisas piores e mais perigosas do que seu primo Duda e seus tios com seu desprezo e pouco caso.

Para mim, ler sobre todos os acontecimentos sob o ponte de vista de uma criança de 11 anos foi uma experiência muito boa e me fez querer ler mais, acompanhar cada ano, o crescimento deste menino extraordinário que conseguia salvar o mundo do mal sem nem mesmo saber como fazer isso.

Conhecer aos poucos cada personagem e, gostar ou odiar cada um deles junto com Harry foi talvez a parte mais interessante desta leitura.

Mas, a maior mágica que Harry Potter fez em minha vida, eu nunca vou esquecer foi fazer minha filha passar a amar a leitura e começar a ler livros por conta própria e por prazer.

E isso para mim foi um presente cujo valor é inestimável.


Ele não podia saber que nesse mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas.
- À Harry Potter, o menino que sobreviveu.



Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um livro por dia - #26 - Sussurro


Sussurro - Becca Fitzpatrick



Quando essa onda de livros sobre anjos caídos, anjos vingadores, anjos e mais anjos começou a se avolumar, eu já tinha lido - e amado - Sussurro.

E, sinceramente, perdi o interesse por outros livros que falavam sobre anjos.

Todos tentam pegar carona nas "modinhas" literárias e começam a publicar livros e mais livros sobre o mesmo assunto.

E ficou tão óbvio que todos queriam apenas se aproveitar do momento que até mesmo as continuações de Sussurro não me chamaram tanto a atenção como este primeiro livro.

Sussurro foi o livro sobre anjos que mais que agradou nos últimos tempos e a trama me cativou desde o início.

Não porque fale especificamente sobre anjos mas porque é um livro que fala basicamente sobre o amor. O tom adolescente da narrativa - que pode ser extremamente irritante para alguns - foi o que mais me atraiu na história.

Apesar de abordar um tema forte, repleto de mortes e tragédias, esse tipo de narrativa me deixa leve, mais animada e mais interessada na leitura.

Quando criança, eu lia livros para adultos, pesados, complexos, dolorosos. Naquela época, eu não tinha problemas, preocupações, não tomava decisões das quais dependiam outras famílias, eu apenas vivia um dia após o outro sem nem mesmo ter noção de onde vinha a comida que era colocada na mesa do jantar.

Hoje em dia, eu prefiro os livros aonde o maior problema da protagonista é parecer gorda usando um jeans apertado. E as situações de perigo e tragédia são pura ficção como anjos caídos, nefilins poderosos e homens perfeitos se apaixonando pela mocinha da história.

Sussurro só entrou nesta lista de 30 livros porque conseguiu despertar em mim muitas emoções e nenhuma preocupação.

Um anjo caído, um nefilin, uma guerra, um amor adolescente impossível.

Tudo o que eu precisava para matar minha sede de livros e diversão.


 Não consigo entender por que está tão interessado.
Ele sacudiu a cabeça suavemente.
- Interessado? Estamos falando sobre você. Estou fascinado.


Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Um livro por dia - #25 - As Brumas de Avalon


As Brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley



Uma história sobre o Rei Arthur contada pela visão das mulheres de sua vida :  sua mãe, sua irmã, sua esposa, sua tia...

Eu li esta coletânea aos 13, 14 anos e achei o máximo essa mudança de foco.

Para alguém com a bagagem literária que eu tinha, a história não tinha nada de especial mas me fascinou ler sob o ponto de vista das mulheres, enfrentando preconceitos e conceitos mal formados dos supostos heróis da história.

Eu nunca fui feminista mas era terminantemente contra atitudes machistas e ler Marion Zimmer Bradley, que se posicionava claramente contra os costumes bárbaros dos homens, foi um prazer para mim.

Marion me mostrou o quanto uma mulher pode ser poderosa, sem precisar usar uma coroa ou carregar uma espada.

Apenas sabendo usar sua inteligência aliada ao seu coração.





"Avalon estará sempre ali para todos os que puderem buscar o caminho, por todos os séculos e além dos séculos. Se não puderem encontrar o caminho de Avalon, isso talvez seja um sinal de que não está pronto pra isso. "

Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um livro por dia - #24 - Um Estudo em Vermelho


Um Estudo em Vermelho - Sir Arthur Conan Doyle

Eu não sei se é de praxe ou se é inconsciente mas, praticamente todos que eu conheço, foram apresentados a Sherlock Holmes por este livro.

Talvez outras histórias como O Signo dos Quatro ou O Cão dos Baskervilles sejam até mesmo mais interessantes do que esta primeira aventura de Holmes e Watson mas para mim, este primeiro contato com Sherlock Holmes foi o que mais me marcou e que me abriu as portas para a leitura de suas outras aventuras.

O modo acurado e preciso com que Watson descreve todas as minúcias, manias e métodos do detetive me encantaram e ainda me encantam.

Olhar a narrativa pelos olhos do médico é, para mim, a melhor parte do livro.

E, graças ao Dr. Watson, Sherlock Holmes ganhou uma fã de carteirinha.

Em 1878, graduei-me doutor em medicina pela Universidade de Londres e fui para Netley fazer o 
curso destinado aos cirurgiões do exército. Concluí meus estudos a tempo de ser designado para 
servir como cirurgião-assistente no Quinto Regimento de Northumberland.


Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

domingo, 23 de junho de 2013

Um livro por dia - #23 - Vento Leste, Vento Oeste


Vento Leste, Vento Oeste - Pearl S. Buck


Um dos livros "roubados" da biblioteca de minha mãe que mais marcou minha infância de traça de livros.

É uma história linda e apaixonante que me deixou emocionada e me ensinou, muito antes de Obi-Wan Kenobi que a verdade sempre depende de nosso ponto de vista.

Faz tempo que estas páginas amareladas passaram pelas minhas mãos e muitos detalhes desta história linda já se perderam para mim.

Mas eu nunca vou me esquecer dos pequenos pés sendo desenfaixados e toda a dor que isso causou.

Não me esqueço da descoberta do amor entre Kwei-Lan e seu marido, tão bonita e tão bem descrita, em cenas quietas e suaves.

E dos estranhos costumes chineses, das senhoras obesas e mal-educadas , da aversão aos estrangeiros a tudo o que vinha de fora da China, da pretensão de que a China estava no centro do universo - daí a expressão "Império do Meio" que eles usavam - e, acima de tudo, me recordo bem da sensação de medo de Kwei-Lan ao ser jogada por seu marido, em um mundo aonde a mulher tem voz e vez.

Para mim, criança ainda, ler este livro foi uma viagem de descobertas que despertou ainda mais minha curiosidade sobre outras culturas que não a nossa e me deixou ainda mais consciente das injustiças que existiam no mundo.

E Pearl Buck tornou-se então, uma heroína aos meus olhos, quando Kwe-Lan, finalmente aceita sua cunhada estrangeira como uma irmã.

Foi quando o título deste livro lindo, passou a fazer sentido para mim.

Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.


sábado, 22 de junho de 2013

Um livro por dia - #22 - História de Bichano e Corça Branca


História de Bichano e Corça Branca

Eu nunca descobri o autor deste conto de fadas. Ele faz parte de uma coleção de histórias que minha mãe comprou quando éramos crianças e que eu devorei da primeira à última página cada um dos volumes.





Eu amei cada uma das histórias - apaixonada que era pelos contos de fadas -  mas este conto em especial, praticamente desconhecido perto de Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, O Gato de Botas e A Bela Adormecida, foi um marco para mim.

Sua história não é muito diferente dos contos tradicionais, exortando o leitor a perseverar na gentileza e bondade e a confiar que o bem sempre é capaz de vencer o mal.

Mas, a lembrança da voz de uma professora de quarta série, lendo para seus alunos durante as tardes quentes passadas em uma sala de aula de uma pequena escola em Goiânia, nos idos de 76/77, nunca vai deixar de ser para mim, uma das mais gostosas de minha infância.

E a História de Bichano e Corça Branca é hoje, um símbolo e uma lembrança viva de que eu tive uma infância muito feliz.

"- Lourinha, minha filha, - disse-lhe a mãe - não perca, nunca, a fé e continue sendo sempre boazinha e amando seus semelhantes. Embora a vida lhe apresente, por vezes, algum contratempo, não desanime."



Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Um livro por dia - #21 - O Vampiro Armand



O Vampiro Armand - Anne Rice


De todas Crônicas Vampirescas, este é o meu livro favorito. 

Todos eles são bons, sou apaixonada pelos vampiros de Anne Rice desde...desde sempre.

A cada novo livro que me caía nas mãos eu gostava mais e mais deles especialmente de Armand, o vampiro-adolescente de 500 anos que tinha a beleza de um anjo e a maldade de um demônio.

E então, chegou a vez  d'O Vampiro Armand.

Foi a gota d'água. Era tudo o que eu precisava para colocar definitivamente os vampiros de Anne Rice no topo da minha preferência.

Como adoradora de vampiros, eu lia e ainda leio tudo o que se refere a eles.

Sua história é terrível e dolorosa. E contada por ele de uma maneira tão displicente, tão fria, que ficava difícil imaginar que, algum dia ele foi aquela criança inocente que viveu em Kiev e pintava retábulos de santos.


Eu devia ter uns dezessete anos quando Marius transformou-me em vampiro. Eu já parara de crescer nessa época. Passei um ano com um metro e sessenta e oito.



Mas eu adorei cada página.

Para mim, saber de tudo sobre o personagem, foi mais um incentivo para gostar ainda mais dele.

E até hoje, nenhum vampiro, bom ou mau, brilhando ou não à luz do sol, conseguiu derrubar Armand de seu disparado primeiro lugar no meu coração.


De vez em quando, viam o fantasma da menina. Mas nenhum desses vampiros conseguia realmente ver espíritos, pelo menos não como eu. Não importa. Não era a companhia da menina que eu desejava — e sim estar ali.




Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um livro por dia - #20 - Os Trabalhos de Hércules




Os Trabalhos de Hércules - Agatha Christie


Este não foi o primeiro livro de Agatha Christie que li mas foi, sem dúvida o mais interessante.

Conheci Hercule Poirot muito antes deste livro e me apaixonei pelo detetive belga.

Seu jeito afetado e convencido me encantou logo de cara e, por causa dele, quando adolescente eu tinha dois sonhos : conhecer a Bélgica e falar francês.

Hoje, meus dois sonhos já se realizaram e as histórias e aventuras de Hercule Poirot continuam sendo, para mim, as melhores que já li.

E, de todas as aventuras de Poirot, Os Trabalhos de Hércules é a minha preferida.

São 12 contos, cada um deles relacionado a um dos trabalhos do herói mitológico Hércules, começando  pelo Leão de Neméia, até o cão Cérberus, passando pela Hidra de Lerna e pelo cinto de Hipólita, Poirot desvenda caso por caso de maneira brilhante, desafiando seu intelecto, decidido a superar o herói grego do qual herdou o nome.

E são 12 contos magníficos nos quais passei horas deliciosas lendo.

Presunçoso e convencido de seu intelecto superior, Poirot sempre foi engraçado e divertido.

E sempre será, nos livros, o meu detetive favorito.



- Estava pensando em uma conversa imaginária. Sua mãe e a finada Sra. Holmes, costurando ou tricotando roupinhas e dizendo: ‘Achile, Hercule, Sherlock, Mycroft...’
Poirot não conseguiu compartilhar do divertimento do amigo.

- Devo compreender que o que está dizendo é que em aspecto físico eu não me assemelho a Hércules?

Os olhos do Dr. Burton correram por Hercule Poirot, por toda a sua meticulosa pessoinha vestida de calças listadas, correto paletó preto e impecável gravata borboleta, correram de seus sapatos de verniz preto até sua cabeça de ovo e os imensos bigodes que adornavam seu lábio superior.

- Com toda a franqueza, Poirot – disse o Dr. Burton -, nem um pouco!”





Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Um livro por dia - #19 - O Senhor dos Anéis


O Senhor dos Anéis - J.R.R.Tolkien


Eu só decidi ler A Sociedade do Anel quando soube que o longa-metragem seria filmado.

E posso dizer sem sombra de dúvida que me arrependi muito.

Sim, eu me arrependi por não ter lido Tolkien antes daquele dia.

O livro foi devorado em menos de dois dias - depois é claro de um momento de revolta durante a cena na floresta com Tom Bombadil - e minha paixão pelos hobbits foi instantânea.

Eu li compulsivamente o segundo e o terceiro livros porque precisava compensar o tempo perdido sem J.R.R.Tolkien em minha vida.

E me apaixonei por seus personagens.

Samwise Gamgi me conquistou por sua lealdade e seu amor por Frodo.

E eu amei Gimli e Legolas com sua rivalidade natural evoluindo pouco a pouco para uma amizade eterna.

Amei Aragorn por sua nobreza de caráter, por sua coragem e, acima de tudo por viver um amor épico, digno de um conto de fadas.

A missão determinada por Elrond para os 9 amigos me consumiu e eu queria que eles conseguissem chegar logo para destruir de uma vez por todas o anel.

Estranhei um personagem como Boromir morrer assim "logo de cara". Foi nobre e bonito mas eu queria um pouco mais dele na história.

O segundo livro, As Duas Torres foi mais empolgante, e lido em apenas um dia.

Boromir foi esquecido rapidinho com a entrada dos Rorrihim, Gríma língua-de-cobra e mais uma tonelada de seres, homens e orcs.

Mesmo com os novos personagens sendo apresentados, meu foco era totalmente nos hobbits e no resto da Sociedade que ia se dilacerando, o que me deixou muito angustiada mas a narrativa de Tolkien me prendia às páginas, desejando terminar o livro para ver o que ia acontecer no desfecho desta história.

Legolas e Gimli competindo para ver quem conseguia matar mais orcs, foi o melhor momento da Batalha no Abismo de Helm.

E em O Retorno do Rei, a sensação mais marcante em mim foi novamente a lealdade sem limites de Sam, que se oferece para levar Frodo nas costas até seu destino. 

Em meio a tantos acontecimentos importantes, missões, batalhas e decisões, para mim, Sam é o personagem mais importante de toda história. 

É ele quem se mantém fiel às suas convicções até o fim, é ele quem, no final, conduz o Um Anel à destruição e é ele quem leva os hobbits a salvar seu precioso Condado das mãos de Saruman e restaura sua glória.

E quando eu pensava que a história tinha chegado ao fim, a melhor e maior surpresa chegou na forma dos apêndices que me deixaram literalmente de queixo caído.

E eu amei Tolkien por ser tão detalhista, tão perfeccionista a ponto de deixar o melhor para o final, para os pequenos (?) textos jogados no final do livro, textos que geralmente nem são lidos pelos mais impacientes.

Textos que me cativaram e me fizeram amar ainda mais o universo fantástico criado por alguém que eu considero um gênio desde o dia em que meus olhos foram atraídos pelas primeiras palavras de seu livro :

"Quando o Sr. Bilbo Bolseiro anunciou que..."

E a partir daí, eu não consegui mais parar de ler.



(…) Quanto mais avançarem, mais difícil será recuar; apesar disso não lhes é impingido qualquer juramento ou compromisso de continuar além do que estiverem dispostos. Pois vocês ainda não conhecem a força dos próprios corações, e não podem prever o que cada um encontrará na estrada.
A Sociedade do Anel

"Lutamos muito abaixo da terra vivente , onde não se conta o tempo. Ele sempre me agarrava e eu sempre o derrubava até que finalmente ele fugiu para dentro de túneis escuros. Estes não foram feitos pelo povo de Durin, Gimli, Filho de Glóin. Muito, muito abaixo das escavações dos anões, o mundo é corroído por seres sem nome. Nem mesmo Sauron os conhece. São mais velhos que ele. Agora, eu andei por lá, mas não farei nenhum relato para escurecer a luz do dia. "
As Duas Torres

Não vou pedir que não chorem, pois nem todas as lagrimas são um mal.
O Retorno do Rei


Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.