sábado, 1 de junho de 2013

Um livro por dia - #1 - Os Rodriguez

Decidi passar o mês fazendo algo diferente no blog, apesar de não ser original.

De hoje até o final do mês, colocarei minhas impressões sobre alguns livros que marcaram minha vida.

Não, não será nenhuma crítica especializada, sentimentos são complicados de se colocar no papel com coerência e ler, para mim, é uma experiência extremamente emocional. Sou parcial, chata e chorona no que diz respeito a livros e, justamente por estes motivos, não ficção e auto-ajuda não me atraem, mas não significa que eu não leia. Eu os leio, absorvo o que me interessa e descarto completamente o que não me agrada.

Por este motivo, os posts sobre os livros serão extremamente incoerentes e passionais.

Estejam avisados.

A partir daqui, é por sua conta e risco.

Vou começar com um livro que encontrei por acaso na estante de minha mãe. Era uma edição tão antiga que estava se desmanchando, já com páginas amareladas que pertenceu provavelmente a meu avô.

E mesmo sendo um livro velho, com as páginas já cheirando folhas mofadas, eu fiquei hipnotizada pelo jeito de Maria José Dupré escrever.

Os Rodriguez - Maria José Dupré

Este livro conta a história de uma jovem humilde que realiza seu sonho de infância, o de se casar com seu primo lindo e rico e tornar-se uma mulher da alta sociedade do Rio de Janeiro.

Contado sob o ponto de vista de Dora, a personagem principal, o livro retrata com precisão a sociedade carioca e o modo de pensar do século passado.

Eu li este livro quando muito jovem e, na época, fiquei muito chocada com o modo de pensar e agir de Dora e, apesar de, anos depois, ao reler as páginas quase destruídas de minha raríssima segunda edição, já conseguir entender o porque daquela mulher ter se tornado tão arrogante, eu continuei detestando seu modo de viver e sobretudo de criar seus filhos.

Provavelmente essa má impressão que a personagem deixou em mim tenha influenciado muito na maneira com que criei minhas filhas.

Em minha primeira leitura, eu conseguia enxergar claramente os erros de Dora e me revoltava com as atitudes dela. Na segunda vez, minha maturidade me permitiu enxergar também as razões pelas quais Dora incorria em seus erros e os motivos que a cegavam para o que seria o caminho certo a seguir.

Maria José Dupré conseguiu me emocionar, me fazer odiar e finalmente me fazer sentir pena da personagem principal.

Provavelmente era exatamente esta a intenção dela.



Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.

Nenhum comentário: