sexta-feira, 14 de junho de 2013

Um Livro por Dia - #14 - Drácula


Drácula - Bram Stoker

Era um livro de bolso com uma tradução - hoje eu sei - razoavelmente boa e foi lido e relido tantas vezes que as páginas se soltaram da lombada.

E, obviamente, eu era muito jovem.

Minha concepção do Conde Drácula era aquela dos filmes de Christopher Lee e Peter Cushing e eu não tinha idéia de onde havia surgido o mito.

E, de repente, a idéia caricata de Drácula, incutida em minha mente pelos filmes B e C que eu assistia, deixou de existir.

Bram Stoker me deixou literalmente de queixo caído.

E eu adorei a história, contada sob o ponto de vista de cada um dos personagens, no formato de diários. Eu mesma tinha um diário que não era, é claro, nem remotamente tão interessante quanto o de Mina ou o de Jonathan Harker mas esse fato criou uma cumplicidade com os personagens que deixou a trama ainda mais real para mim.

O livro despertou em mim, primeiro a apreensão, junto com Jonathan, depois o medo com Lucy e Mina, raiva em um determinado momento e até mesmo compaixão por seu destino. Eu torcia pelos mocinhos mas tive muita pena de Drácula quando ele finalmente é morto pelos heróis.

E, durante muitos anos, sempre que relia meu judiado volume de bolso, eu, bem lá no fundo da minha mente, em um lugar que possivelmente nem eu mesma gosto de entrar, torcia para Drácula escapar com vida de seus perseguidores.


Enquanto viver, terei a alegria de lembrar que, no momento da dissolução final, houve no rosto do Conde uma expressão de paz como jamais supus que pudesse haver.

Nota - a série de posts Um livro por dia não tem a intenção de publicar críticas ou resenhas úteis ou mesmo interessantes. São sentimentos e sensações que aconteceram durante a leitura dos livros e que se transformaram em palavras. Se não fizerem sentido nenhum, por favor, não tente fazer com que tenham.




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